sábado, 26 de agosto de 2017

Sofre comigo

Ao ministrar ontem (25/08) em uma festividade de homens, cujo o tema foi elaborado em 2 Timóteo 2.3 "Sofre comigo como bom soldado" não pude deixar de falar que o tema escolhido, não combinava com a teoria atual do sofrimento. Hoje é mais forte a visão dos amigos de Jó no que diz respeito ao sofrimento como evidência de pecado. 

Não cai bem para muitos hoje, chamar alguém a fé cristã para sofrer. A teoria (pois não chamarei isso de teologia) atual massacra aos leigos, os de fé débil com este assunto a ponto de os tornarem oprimidos espiritual e sentimentalmente. Hoje se mede um ministério bem sucedido, pelo tanto que conquistou, acertou, empreendeu. Não se admite erros, fraquezas, insucesso. 

Lamento dizer que se Paulo, Pedro, Tiago, João, Jeremias, Micaias, Jesus o Cristo e muitos pais da igreja, estivessem atuando em nossos dias seriam taxados como fracassados ou reprovados em razão dos seus inúmeros sofrimentos.

Sofrer em razão da fé não combina com um ministério bem sucedido. Em razão disto muitos se camuflam diante dos púlpitos, buscando esconder o vale de sua alma. Homens e mulheres cheios de segredos que não podem ser expostos, pois isso comprometeriam sua agenda, seu nome, sua história. Em cima dos púlpitos ou vitrines gospel é fácil parecer espiritual, imponente. Basta uma "rajada" de línguas, umas dúzias de frases feitas, um louvor que exalta o ego humano e que prometem vitórias que tudo está resolvido.

Tudo se repete culto após culto, mesmos hinos, mesmas frases de efeitos, mesmos disfarces gospel, afinal não podemos queimar o nosso filme, pois são anos de trabalhos realizados, por que jogar tudo no ventilador agora?

Se forte na vitrine é fácil, pois ali estão os aplausos, fazer uma bela oração no microfone é maravilhoso, pois lá está quem vai acreditar que você é um "homem ou mulher de Deus" e você vai orar para ser ouvido pelos homens apenas e jamais por Deus.

Como é você no seu casamento? Teus filhos te reconhecem?

Pr. Neemias Fagundes